segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Qual a diferença entre correr e treinar corrida?


Correr é calçar um par de tênis e sair correndo sem controle, é fazer o que vier à cabeça, o que der vontade, é gostar de correr por aí e sentir bem por isso. Porém nesse caso, não tendo nenhum controle não significa ter sido um treino, será simplesmente uma corrida qualquer e o resultado poderá também ser um resultado qualquer.

Se buscamos resultados é preciso, organização e planejamento. Organizar é um processo essencial à realização de objetivos e planejamento é o ato de criar um plano para otimizar o alcance desse objetivo. O corredor que utiliza o planejamento como uma ferramenta de treinamento demonstra interesse em prever e organizar ações e processos que esperam acontecer no futuro, aumentando a racionalidade, eficácia e resultado.

Sendo assim: Planejar e controlar é treinar corrida!

Sabemos que treinamento é um processo que favorece alterações positivas de um estado físico, motor, cognitivo e afetivo (Martin, 1977). Portanto é fundamental nos orientarmos através de estímulos que serão capazes de provocar adaptações ao organismo. Caso não ocorram essas adaptações ficaremos apenas estagnados.

Esses estímulos são determinados através dos diversos métodos de corrida que podemos treinar e através desses métodos organizar de maneira coerente e previamente estabelecida todos os componentes de carga. Dessa maneira fica claro que é preciso controlar esses componentes que irão compor um treinamento.

Na corrida podemos nos orientar através do volume, intensidade, duração, densidade e freqüência. São esses componentes os responsáveis pela adaptação e melhora ao treinamento da corrida.

Em corrida entendemos que o volume representa o trabalho total realizado em termos de distância percorrida. A intensidade refere-se ao percentual de desempenho máximo, ou seja, uma determinada velocidade. A duração como a quantidade de tempo de aplicação do estímulo. A densidade como o resultado da relação entre estímulo e pausa para os métodos fracionados e a freqüência como a distribuição das sessões de treinos em uma semana.

E para direcionarmos a “Carga de Treinamento” no sentido de provocar respostas adaptativas objetivadas, orientamos seus componentes através da manipulação de algumas variáveis.

Entre elas podemos considerar o número de repetições e séries, a distância, a velocidade média (ritmo), os tipos de pausas (ativo, passivo, completo, incompleto) o tempo e até mesmo a inclinação ou declive.

Assim, através das variáveis do treinamento e dos componentes da carga conseguimos estabelecer uma carga de treinamento e aplicá-la aos métodos de corrida e com isso aprimorarmos as capacidades físicas pretendidas a cada treino, adaptando e alterando aspectos metabólicos além das mudanças miogênicas e neurogênicas levando então o corredor a realização de sua meta pessoal, seja esta correr uma determinada quilometragem ou diminuir seu tempo em relação a uma determinada distância.

Dessa forma podemos e começamos a compreender que treinar corrida é muito mais complexo do que apenas sair correndo por ai.

E ai, você corre ou treina?

*Escrito por Marcelo Camargo - Treinador de corrida (CREF 04989G/MG)
**Retirado do site 3Zone (publicado com autorização)
*** Visite o site do autor do texto: www.marcelocamargotreinamento.com
**** Fonte da imagem: http://wallpaperest.com/wallpapers/sports-running-track_790963.jpg

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